O par EUR/USD retomou o movimento de alta após a reunião do FOMC realizada na semana passada. A esta altura, o mercado já assimilou os resultados do encontro, as decisões anunciadas e as declarações divulgadas. Vale lembrar que, nas últimas semanas, eu vinha antecipando uma retomada da valorização da moeda europeia, e o euro vem avançando de forma consistente há várias sessões consecutivas.
Os traders ainda podem manter posições de compras, com os lucros aumentando gradualmente dia após dia. Além disso, no fim da semana passada formou-se um novo desequilíbrio altista, a partir do qual novas operações de compra poderão ser consideradas no futuro. Naturalmente, esses pontos de entrada não são os mais vantajosos, uma vez que os melhores preços estavam localizados nos desequilíbrios 3 e 8. Ainda assim, essa configuração oferece uma oportunidade de se posicionar a favor da tendência para aqueles que não conseguiram aproveitar os sinais anteriores.
O gráfico continua a indicar predomínio altista. A tendência de alta permanece intacta: houve reação a partir do desequilíbrio de alta 3 e também foi observada reação no desequilíbrio de alta 8. Apesar da queda relativamente prolongada da moeda europeia, o dólar não conseguiu romper essa estrutura de alta. Ele teve cinco meses para fazê-lo e não obteve sucesso. Na semana passada, formou-se um novo desequilíbrio de alta 9, que agora atua como mais uma área de interesse e zona de suporte para os compradores. Reforço que, caso surjam padrões baixistas ou sinais claros de rompimento da tendência de alta, a estratégia poderá ser ajustada. No momento, contudo, nada aponta nessa direção.
O cenário de notícias na terça-feira foi relativamente forte, mas, na primeira metade do dia, não favoreceu os traders que apostam na alta dos preços. Pela manhã, foram divulgados os índices de atividade empresarial da União Europeia, e a maioria deles ficou abaixo das expectativas do mercado. Ainda assim, os compradores não recuaram e seguem pressionando o mercado. À frente, estão os dados de empregos não agrícolas e da taxa de desemprego dos EUA, que podem provocar uma reação significativa em qualquer direção.
Os compradores vêm tendo diversos motivos para uma nova perna de alta há cerca de dois meses, e todos eles continuam válidos. Entre os principais fatores estão a perspectiva dovish para a política monetária do FOMC; a política geral de Donald Trump, que não sofreu mudanças relevantes recentemente; o confronto entre EUA e China, no qual apenas uma trégua temporária foi alcançada; os protestos contra Trump, que já se espalharam pelos Estados Unidos três vezes neste ano; a fragilidade do mercado de trabalho; as perspectivas negativas para a economia americana, incluindo riscos de recessão; e a paralisação do governo, que durou cerca de um mês e meio e, ao que tudo indica, não foi totalmente precificada pelos traders. Diante disso, um avanço adicional do par parece, na minha avaliação, um movimento natural.
Também não se deve perder de vista a guerra comercial conduzida por Trump e sua pressão recorrente sobre a Reserva Federal. Recentemente, a introdução de novas tarifas tornou-se menos frequente, e o próprio Trump reduziu as críticas públicas ao Fed. Ainda assim, considero esse cenário como mais uma "calmaria temporária". Nos últimos meses, o FOMC tem adotado uma postura de flexibilização monetária, o que explica a ausência de uma nova onda de críticas. Isso, porém, não significa que esses fatores deixaram de representar riscos para o dólar.
Continuo sem acreditar em uma tendência de baixa. O pano de fundo informativo segue extremamente difícil de ser interpretado de forma favorável ao dólar, motivo pelo qual não tento fazê-lo. A linha azul no gráfico marca o nível de preço abaixo do qual a tendência de alta poderia ser considerada encerrada. Para alcançá-lo, os vendedores precisariam empurrar os preços cerca de 360 pontos para baixo — algo que não conseguiram fazer nem mesmo em movimentos bem menores ao longo dos últimos meses. Assim, o alvo altista mais próximo para a moeda europeia permanece sendo a zona de desequilíbrio de baixa entre 1,1976 e 1,2092 no gráfico semanal, formada ainda em junho de 2021.
Calendário de notícias para os EUA e a zona do euro
Em 17 de dezembro, o calendário econômico contém apenas duas entradas, nenhuma das quais pode ser considerada importante. O impacto das notícias sobre o sentimento do mercado na quarta-feira será muito fraco ou inexistente.
Previsão e recomendações de negociação para o EUR/USD
Na minha avaliação, o par pode estar se aproximando da fase final da tendência de alta. Embora o pano de fundo informativo continue favorecendo os otimistas, os pessimistas vêm intensificando suas tentativas de reversão nos últimos meses. Ainda assim, no momento, não identifico fundamentos consistentes que justifiquem o início de uma tendência de baixa.
A partir dos desequilíbrios 1, 2, 4 e 5, os traders tiveram diversas oportunidades de compra do euro, e, em todos os casos, foi observado algum grau de avanço dos preços. Novas oportunidades de entrada a favor da tendência surgiram após a reação ao desequilíbrio de alta 3, bem como depois da reação ao desequilíbrio 8. O alvo de alta para o euro permanece no nível de 1,1976. As posições de compras podem ser mantidas, com os stop losses ajustados para o ponto de equilíbrio. Além disso, a formação recente de um novo desequilíbrio de alta 9 pode servir como base para a abertura de novas operações de compra no futuro.
LINKS RÁPIDOS