O padrão de ondas no gráfico de 4 horas do EUR/USD se transformou em uma estrutura altista. É difícil negar que essa mudança foi provocada, em grande parte, pela nova política comercial dos Estados Unidos. Até 28 de fevereiro, quando o dólar norte-americano começou a se desvalorizar de forma acentuada, toda a estrutura de ondas seguia um padrão consistente de tendência de baixa — com uma onda corretiva 2 em formação. No entanto, os anúncios semanais de Donald Trump sobre novas tarifas surtiram efeito: a demanda pelo dólar despencou, e o segmento de tendência iniciado em 13 de janeiro passou a apresentar uma estrutura impulsiva de alta.
Curiosamente, o mercado nem chegou a formar uma onda 2 clara dentro desse novo segmento. O que se viu foi apenas um recuo modesto, menor que as correções observadas durante a própria onda 1. Ainda assim, o dólar pode continuar se desvalorizando caso Trump não reverta completamente sua atual política comercial. Já foi possível observar como o noticiário pode alterar a estrutura de ondas — e isso pode voltar a acontecer.
Entre quarta e quinta-feira, a taxa EUR/USD caiu 75 pontos-base, o que pode sugerir uma reação do mercado à reunião do FOMC. No entanto, trata-se de uma impressão equivocada. Após a divulgação dos resultados do encontro, na noite de quarta-feira, o dólar se valorizou apenas 35 pontos até o meio-dia de quinta — um movimento tímido diante das declarações relevantes feitas por Jerome Powell.
E foram muitas declarações importantes. Na verdade, o que Powell não disse também foi revelador. Primeiro, é importante observar que ele novamente não cedeu à pressão constante de Donald Trump por cortes nas taxas de juros. Isso não é novidade — o próprio Fed já se habituou a esse tipo de apelo. Powell reiterou que o Presidente e o governo dos EUA têm sua própria agenda, enquanto o Fed possui um mandato independente. Se alguém não está satisfeito com esse arranjo, que se mudem as leis do país — só então o Fed poderá ser instruído sobre o que fazer.
Powell e seus colegas optaram por manter os juros inalterados diante da persistente incerteza econômica global, dos riscos inflacionários e das preocupações com uma possível desaceleração. O foco do Fed permanece centrado na inflação, que Powell reiterou estar comprometido em trazer de volta à meta de 2%.
Dado que as tarifas impostas por Trump podem elevar a inflação, pode-se dizer que Powell está resistindo a essa pressão de forma calculada. O presidente dos EUA cria obstáculos para o Fed ao tornar o retorno da inflação à meta mais difícil e demorado — e Powell, por sua vez, não está disposto a corrigir os efeitos de decisões tomadas com base em interesses pessoais, disfarçados de "interesse nacional". Como a taxa básica foi mantida, o câmbio do dólar acabou se mantendo praticamente estável.
Com base nesta análise do EUR/USD, concluo que o par continua desenvolvendo um segmento de tendência altista. No curto prazo, a estrutura de ondas dependerá amplamente da postura e das ações do presidente dos Estados Unidos — um fator que deve ser constantemente monitorado. A onda 3 desse movimento de alta já está em andamento, com alvos potenciais se estendendo até a região de 1,25. A concretização desses alvos está diretamente atrelada às políticas adotadas por Donald Trump.
No momento, tudo indica que a onda 2 da 3 está próxima de ser concluída. Nesse cenário, considero viável a abertura de posições compradas com alvos acima de 1,1572 — nível que corresponde a 423,6% na escala de Fibonacci.
Na contagem de ondas de grau superior, o padrão também assumiu uma configuração altista. É provável que estejamos diante de uma sequência de ondas de alta de longo prazo, embora eventos diretamente relacionados a Trump ainda possam alterar radicalmente esse panorama.
Princípios fundamentais da minha análise:
LINKS RÁPIDOS
Contate-nos 
