Há um ditado: "Uma força irresistível encontra um objeto inamovível." Ele descreve um impasse irreconciliável, em que nenhum dos lados está disposto a ceder. Na minha opinião, a "foice" de Trump, com a qual ele planejava "aparar" metade do mundo, continua batendo apenas em pedras.
Basta considerar os fatos. Trump decidiu revisar os termos comerciais com 75 países, acreditando que esses acordos eram desfavoráveis aos EUA e que outras nações estavam lucrando às custas do mercado americano. Segundo Trump, se um país vende 10 bilhões de dólares em bens para os EUA, também deveria comprar 10 bilhões em retorno. É evidente que cada país difere em tamanho, desenvolvimento industrial e população. Portanto, um balanço comercial zerado — especialmente com todos os parceiros dos EUA — é pura fantasia. Ainda assim, o líder republicano mantém suas próprias visões sobre muitos temas aparentemente óbvios.
Assim, Trump começou a "ceifar o campo", apenas para descobrir que quase todos os parceiros comerciais dos EUA responderam às suas tarifas com tarifas próprias. Em outras palavras, sua foice continuava atingindo pedras na forma de medidas de retaliação. Quando sua abordagem de blitzkrieg falhou, Trump recuou e, generosamente, concedeu aos países um prazo de três meses com tarifas reduzidas para negociar novos acordos comerciais. Dois meses e meio se passaram — e o único acordo assinado foi com o Reino Unido, algo que já era esperado desde o início.
Vale notar que a maioria das tarifas sobre produtos britânicos permanece em vigor. As novas condições comerciais foram suavizadas em relação às exigências iniciais, mas Trump ainda conseguiu que a maior parte de seus ultimatos fosse atendida. Se isso é benéfico para o Reino Unido, é questionável, mas parece que Londres — após uma década de choques econômicos — não queria afundar em mais um atoleiro.
Entre outros "campos" que Trump tentou cortar estavam os geopolíticos. Ele prometeu acabar com a guerra entre a Ucrânia e a Rússia. Não o fez. Prometeu desmantelar o arsenal nuclear do Irã. Não o fez, mas aumentou as tensões na região. Ele disse que reduziria os impostos para os americanos, mas, na realidade, aumentou-os por meio de tarifas. Ele prometeu tornar os americanos "grandes e ricos novamente", mas o país agora enfrenta protestos e manifestações generalizadas. Em minha opinião, a demanda pelo dólar dos EUA continuará a cair em 2025 em meio a esse histórico de notícias e aos resultados - ou a falta deles - das ações do líder americano.
Com base na análise do EUR/USD, concluo que o instrumento continua a desenvolver um segmento de tendência de alta. A estrutura da onda continua sendo fortemente influenciada por eventos noticiosos, especialmente as decisões de Trump e a política externa dos EUA. Os alvos da onda 3 podem se estender até o nível 1,25. Portanto, continuo a favorecer a compra, com os alvos iniciais em torno de 1,1708, correspondendo a 127,2% de Fibonacci. O desaquecimento da guerra comercial poderia reverter a tendência de alta, mas não há sinais de reversão ou desaquecimento. A guerra Irã-Israel interrompeu o declínio do dólar, mas não acredito que vá revertê-lo.
O padrão de onda do GBP/USD permanece inalterado. Estamos lidando com um segmento de tendência impulsivo e de alta. Sob Trump, os mercados podem enfrentar vários choques e reversões, o que poderia alterar significativamente o quadro da onda, mas o cenário de trabalho permanece intacto neste momento. Trump continua a agir de forma a enfraquecer a demanda pelo dólar. Os alvos para a terceira onda ascendente estão em torno de 1,3708, correspondendo a 200,0% de Fibonacci da onda global presumida 2. Portanto, continuo a favorecer a compra, já que o mercado não mostra nenhuma inclinação para reverter a tendência.
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