Nesta quinta-feira, o euro iniciou a sessão norte-americana com uma alta de 0,2% frente ao dólar dos Estados Unidos, recuperando parte das posições perdidas mais cedo durante o pregão europeu. O par EUR/USD tem dado pouca atenção à persistente instabilidade política na França. A situação política francesa continua sendo uma fonte relevante de incerteza, com os rendimentos dos títulos de 10 anos do governo francês agora superando os equivalentes italianos. O novo primeiro-ministro enfrenta dificuldades para garantir apoio do Partido Socialista, enquanto as declarações duras da líder da Reunião Nacional, Marine Le Pen, na quarta-feira, alimentaram especulações sobre uma possível dissolução do Parlamento ou até mesmo a renúncia do presidente Macron.

Quanto ao dólar norte-americano, o índice do dólar, que acompanha a moeda em relação a uma cesta de seis principais divisas, mostra leves ganhos após uma forte recuperação da nova mínima do ano em 96,14, registrada imediatamente após a decisão do Federal Reserve sobre a taxa de juros. No momento, o índice oscila na faixa de 97,40–97,50.Na quarta-feira, a Reserva Federal cortou sua taxa básica de juros pela primeira vez desde dezembro, reduzindo-a em 25 pontos-base, para a faixa-alvo de 4,00%–4,25%. Como o movimento já estava amplamente precificado, a atenção do mercado se voltou para o novo dot plot e para a coletiva do presidente do Fed, Jerome Powell. A projeção mediana para 2025 caiu, indicando mais 50 pontos-base de afrouxamento, levando a taxa para 3,50%–3,75% até o fim do ano. As projeções para 2026 e 2027 também foram revistas para baixo, em 3,4% e 3,1%, antes de estabilizar em torno de 3,0%.

Na coletiva, Powell classificou a medida como um "corte de taxa por gestão de risco", ressaltando que a política monetária "não segue um curso pré-definido" e será decidida "reunião a reunião". Ele destacou que o balanço de riscos mudou desde o início do ano: o enfraquecimento do mercado de trabalho agora compensa as pressões inflacionárias persistentes. Reafirmando o compromisso do Fed com a meta de 2% de inflação, Powell acrescentou que não havia apoio suficiente para um corte maior, de 50 pontos-base, e reforçou que o banco central não vê necessidade de acelerar decisões sobre juros.

Os comentários cautelosos ajudaram o dólar a se fortalecer, à medida que traders reduziram as apostas em cortes mais agressivos. O dólar também encontrou suporte em novos dados econômicos divulgados na quinta-feira:

• Pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram para 231 mil na semana encerrada em 13 de setembro, abaixo da previsão de 240 mil (o dado anterior foi revisado de 263 mil para 264 mil).
• O índice de atividade Industrial do Fed da Filadélfia avançou para 23,2 em setembro, bem acima da projeção de 2,3, após leitura de -0,3 em agosto.

No aspecto técnico, os osciladores do gráfico diário permanecem positivos, com os preços acima da Média Móvel Exponencial (EMA) de 9 dias e do nível de 1,1770. A EMA de 9 dias também segue acima da EMA de 14 dias, reforçando o viés positivo no curto prazo. Apesar da correção recente ter reduzido parte do ímpeto altista, os indicadores ainda não confirmam uma reversão baixista.

A tabela abaixo mostra a variação percentual do dólar frente às principais moedas hoje.

O dólar americano foi mais forte em relação ao dólar neozelandês.