Em minhas análises, tenho enfatizado repetidamente que o ambiente de notícias permanece extremamente desfavorável para a moeda norte-americana. Não é necessário listar novamente todos os fatores que explicam a fraqueza do dólar, mas vale destacar que essa visão não é exclusiva minha, pois muitos analistas e economistas, incluindo os do Bank of America, compartilham da mesma avaliação.
De acordo com os especialistas do banco, o dólar em breve enfrentará uma combinação particularmente nociva: inflação em alta e cortes nas taxas de juros. A última vez que esse cenário se configurou foi em 2007–2008, quando o afrouxamento monetário coincidiu com a aceleração da inflação, impulsionada por choques no fornecimento de bens e energia. Naquele período, o FOMC reduzia os juros porque os mercados imobiliário e de trabalho dos EUA já davam claros sinais de enfraquecimento.
Os economistas também projetam que a inflação nos EUA continuará subindo. Em primeiro lugar, as tarifas impostas por Donald Trump seguem pressionando os preços para cima. Em segundo, os cortes de juros, por si só, tendem a estimular ainda mais o avanço inflacionário. No entanto, a prioridade do Federal Reserve no momento é sustentar o mercado de trabalho. Já Trump, por sua vez, continuará ampliando e criando novas tarifas, o que torna praticamente inevitável uma nova aceleração do índice de preços ao consumidor.
Com base nisso, o Bank of America considera razoável comprar euro e libra. Os economistas do banco preveem que o EUR/USD chegará a 1,20 até o final do ano. Em minha opinião, essa é uma meta bastante realista. Uma vez atingido esse nível, as perspectivas para o dólar podem melhorar.
É claro que tudo continuará dependendo das políticas de Trump, e ele ainda tem pelo menos 3,5 anos de mandato pela frente. No entanto, em torno do nível de 1,20, a formação da onda 3 de alta global pode chegar ao fim. Consequentemente, o par passará à construção da onda 4, o que implica em uma correção que pode durar vários meses. É improvável que, nesse período, o dólar consiga melhorar significativamente sua posição, mas, na situação atual, qualquer crescimento já seria algo positivo.
Com base na análise do EUR/USD, concluo que o par mantém um movimento de alta dentro da tendência vigente. A evolução da estrutura de ondas segue influenciada principalmente pelas decisões de Trump e pela condução da política externa norte-americana. Os alvos desse movimento podem alcançar a região da 25ª figura (isto é, 1,2500). Assim, mantenho a perspectiva de compras, com alvos em torno de 1,1875, nível que corresponde a 161,8% de Fibonacci, e acima desse patamar. Presumo que a onda 4 já tenha se encerrado, o que reforça a visão de que este é um bom momento para entrar comprado.
A estrutura de ondas do GBP/USD permanece inalterada. Estamos lidando com um segmento de tendência altista e impulsivo. Sob Trump, os mercados ainda podem enfrentar uma grande quantidade de choques e reversões, o que pode afetar significativamente a estrutura de ondas, mas, no momento, o cenário de trabalho permanece intacto. Os alvos do segmento de alta agora estão localizados próximos a 1,4017. No momento, presumo que a formação da onda 4 de baixa tenha sido concluída. Portanto, recomendo compras com alvo em 1,4017.
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