O ouro vem caindo pelo terceiro dia consecutivo em meio ao enfraquecimento das expectativas de cortes nas taxas de juros por parte da Reserva Federal dos EUA. Novos dados, após 43 dias de silêncio, devem trazer um panorama mais claro da economia americana.

O preço do ouro caiu 0,8%, após ter perdido mais de 2% na sessão anterior. Os traders continuam a perder confiança na possibilidade de um corte de juros em dezembro, já que os dirigentes da Reserva Federal não demonstram convicção quanto à necessidade de reduzir os custos de empréstimos. Em geral, juros mais baixos tornam metais preciosos — que não geram rendimento — mais atraentes para os investidores.

Como mencionado anteriormente, antes de tomarem qualquer decisão significativa, investidores e formuladores de políticas aguardam um grande volume de dados atrasados devido à mais longa paralisação do governo na história dos EUA. Essa interrupção forçada no fluxo de informações levou a uma mudança notável na retórica dos dirigentes do Fed. A confiança antes demonstrada na inevitabilidade de um novo afrouxamento monetário diminuiu consideravelmente. Autoridades de alto escalão agora adotam um tom mais cauteloso sobre as perspectivas de corte de juros, ressaltando a necessidade de confirmações baseadas em dados econômicos atualizados.

A incerteza prolongada também se refletiu no mercado do metal precioso. Acostumados a um fluxo constante de estatísticas para ajustar suas estratégias, os investidores agora enfrentam maior volatilidade antes de tomar decisões importantes. Sem uma leitura clara da situação econômica dos EUA, muitos preferem permanecer à margem até que um cenário mais definido se consolide.

Mesmo assim, o ativo acumula alta de 55% neste ano e caminha para alcançar seu melhor desempenho anual desde 1979. A rápida disparada para máximas históricas acima de US$ 4.380 no mês passado foi sustentada por compras ativas de bancos centrais, além do aumento da procura por metais preciosos como proteção diante da crescente instabilidade fiscal.

Apesar da atual correção, a tendência de médio e longo prazo para o ouro permanece intacta, impulsionada pelas expectativas dovish para o dólar e pela preferência dos investidores por ativos seguros em um ambiente de incertezas tanto no curto quanto no longo prazo.

Em relação ao panorama técnico atual do ouro, os compradores precisam superar a resistência mais próxima, em US$ 4.124. Isso permitirá atingir a meta de US$ 4.186, acima da qual será bastante difícil romper. O alvo mais distante estará próximo de US$ 4.249. Se o ouro cair, os vendedores tentarão assumir o controle em US$ 4.062. Se forem bem-sucedidos, uma quebra abaixo dessa faixa representará um duro golpe para as posições dos compradores e empurrará o ouro para uma baixa de US$ 4.008, com potencial para atingir US$ 3.954.