A demanda por ouro permanece forte em meio às crescentes expectativas de um corte nas taxas de juros nos EUA já em dezembro.
As projeções de uma política monetária mais acomodatícia por parte do Federal Reserve têm aumentado o interesse dos investidores pelo ouro — um ativo tradicionalmente visto como porto seguro em períodos de incerteza econômica e de queda nos juros. Como o ouro não gera rendimento, ele se torna relativamente mais atraente quando os títulos passam a oferecer retornos menores.
Além disso, a atual fraqueza do dólar americano torna o metal precioso mais acessível para compradores que utilizam outras moedas, o que reforça ainda mais a demanda. Contudo, vale lembrar que a dinâmica do ouro é influenciada por diversos fatores, e as expectativas sobre cortes nas taxas nos EUA são apenas um deles.
A platina também avançou depois que a bolsa chinesa lançou contratos futuros para o metal, aumentando o otimismo sobre a demanda no país. Os preços à vista em Londres subiram 3,8%, alcançando quase US$ 1.650 por onça, o nível mais alto em mais de um mês. Na China, os futuros com entrega em junho chegaram a subir 12%, antes de registrarem uma leve correção.
Em comunicado, a bolsa afirmou que os novos contratos com liquidação física são destinados tanto a investidores institucionais quanto a investidores de varejo, ampliando o grupo de participantes. A publicação diária dos níveis de inventário fornecerá uma oportunidade rara de avaliar a situação atual em um dos maiores mercados do mundo para esse metal.
Antes do lançamento, a China importou 10,2 toneladas de platina em outubro, mais que o dobro do volume do mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, a platina já subiu mais de 70%, acompanhando a dinâmica da prata, mas superando amplamente o desempenho do ouro. O mercado se prepara para o terceiro déficit anual consecutivo, em meio a interrupções na oferta da África do Sul, maior produtora global. Além disso, circulam rumores de que os EUA possam impor tarifas sobre o metal, o que atrairia mais oferta para o país e apertaria ainda mais as condições em outros mercados.
Entre outros metais, a prata recuou 1% após a alta de 3,7% registrada na quarta-feira, aproximando-se de níveis recordes. O paládio também apresentou queda nos preços.

No cenário técnico atual, os compradores precisam romper a resistência mais próxima em US$ 4.186. Uma quebra sustentada desse nível abriria espaço para o alvo em US$ 4.249, acima do qual o movimento de alta enfrentará forte dificuldade. O alvo mais distante está na região de US$ 4.304.
Em caso de recuo, os ursos tentarão retomar o controle em US$ 4.124. Se conseguirem romper essa faixa, isso representará um golpe significativo para as posições compradas e poderá empurrar o ouro para a mínima de US$ 4.062, com potencial de queda até US$ 4.008.
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