Ontem, foi publicado o novo orçamento do Reino Unido. A expectativa é que, até o início da próxima década, cerca de 5,4 milhões de trabalhadores britânicos paguem imposto de renda a uma alíquota entre 40% e 45%.

A Chanceler do Tesouro do Partido Trabalhista anunciou, no entanto, que o congelamento dos limites do imposto de renda pessoal — atualmente em vigor — será estendido por mais três anos, o que significa que eles não serão ajustados pela inflação. Críticos classificaram a medida como uma forma de fiscal drag, um aumento de impostos disfarçado. Na prática, trata-se de uma continuação das táticas utilizadas pelos predecessores conservadores de Reeves para evitar uma reação política diante do aumento efetivo da carga tributária.

Esse congelamento tem consequências profundas. À medida que salários e inflação sobem, mais pessoas passam para faixas de imposto mais altas, o que significa que uma parcela maior da renda é tributada a taxas mais elevadas. Apesar do aumento nominal dos salários, a renda disponível diminui, pressionando os orçamentos familiares e reduzindo o consumo. Os efeitos desse fiscal drag não atingirão apenas trabalhadores de renda mais alta. Como os limites não serão corrigidos pela inflação, mais pessoas de renda moderada também acabarão pagando impostos mais altos. Isso é especialmente preocupante no cenário econômico atual, em que muitas famílias já enfrentam dificuldades com o aumento do custo de vida.

Ainda assim, diante da elevada dívida pública e da necessidade de financiar serviços essenciais, a receita extra gerada pelo fiscal drag pode parecer atraente ao governo. No entanto, críticos argumentam que se trata de uma política de curto prazo que prejudica o crescimento econômico.

Segundo estimativas do Escritório de Responsabilidade Orçamentária, essa medida permitirá que o governo arrecade cerca de £13 bilhões até 2030–2031, à medida que milhões de britânicos descobrirem que seus salários os empurraram para faixas de imposto mais altas. Ao final do período, quase um em cada quatro contribuintes estará nas duas categorias superiores do imposto de renda — comparado a apenas 15% em 2021–2022.

O uso repetido dessa estratégia contribuiu significativamente para o aumento da arrecadação tributária no Reino Unido, que deve atingir um recorde de 38% do PIB. Starmer e Reeves criticaram duramente os conservadores por adiamentos e distorções na política fiscal quando estavam na oposição, e a própria Chanceler elogiou sua decisão de reverter o congelamento em seu primeiro orçamento no ano passado, alegando que mantê-lo "prejudicaria os trabalhadores". No entanto, como se vê agora, nenhuma dessas promessas foi cumprida.

Na quarta-feira, quando jornalistas pressionaram Reeves sobre a reversão do congelamento, ela afirmou que estava tomando as decisões necessárias para equilibrar as finanças do país e listou outras medidas destinadas a reduzir o custo de vida. "Estou sendo aberta e honesta", disse Reeves. "A partir de 2028, os limites serão congelados por um período mais longo e, é claro, isso tem um custo. Mas agora estamos colocando dinheiro no bolso dos trabalhadores."

O congelamento significa que, até o final do período de projeção, 5,2 milhões de pessoas ainda estarão pagando a taxa básica de imposto de renda de 20%. Outras 4,8 milhões migrarão para a faixa de 40%, aplicada a rendas entre £50.271 e £125.140 ao ano. Além disso, 600.000 contribuintes passarão para a faixa máxima de 45%, destinada aos maiores rendimentos.

A libra esterlina reagiu com alta às novas manobras fiscais relacionadas à definição do orçamento e de seus gastos.

Em relação ao cenário técnico do GBP/USD, os compradores da libra precisam conquistar a resistência mais próxima em 1.3270. Somente após isso será possível mirar 1.3310, nível acima do qual um rompimento tende a ser bastante difícil. O alvo mais distante é 1.3335.

No caso de queda, os ursos tentarão retomar o controle em 1.3245. Se tiverem sucesso, um rompimento dessa faixa pressionará o GBP/USD em direção à mínima de 1.3215, com possibilidade de atingir 1.3185.

Em relação ao cenário técnico do EUR/USD, os compradores precisam agora se concentrar em conquistar 1.1615. Somente então um teste de 1.1635 se tornará viável. A partir desse ponto, uma alta em direção a 1.1655 pode ocorrer — embora isso seja difícil sem o apoio de grandes participantes do mercado. O alvo mais distante é a máxima de 1.1675.

Se houver queda, espero atividade significativa de compradores mais fortes apenas próximo de 1.1590. Se não houver demanda nesse nível, pode ser mais prudente aguardar uma renovação da mínima em 1.1570 ou considerar posições longas a partir de 1.1550.